sexta-feira, 13 de julho de 2012

Qual é o papel do inglês para profissionais do século 21?

IT Careers - Convergência Digital
 

Desenvolver no profissional a habilidade para discutir numa reunião de trabalho é mais importante do que ensiná-lo a fazer uma apresentação formal. Usar o curso de inglês para ensinar não só o idioma, mas conteúdo de formação profissional. Considerar as ferramentas on-line como recursos pedagógicos do curso – e não apenas como atividades complementares. Essas são algumas das tendências apontadas pela pesquisa "Inglês no Trabalho – uma análise de casos sobre o ensino de inglês para a força de trabalho do século 21", realizada pela TIRF - The International Research Foundation for English Language Education (Fundação Internacional para Pesquisa sobre o Ensino de Língua Inglesa), que foi divulgada hoje (11) em evento promovido em parceria com a Cultura Inglesa, no Centro Brasileiro o Britânico.

Promovido durante o período de preparação do Brasil para a Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos (2016), o painel "Diferentes Contextos e Desafios para o Inglês na Força de Trabalho" reuniu 10 conferencistas de vários países entre eles representantes da Microsoft, o instituto de pesquisa Euromonitor, Câmara de Comércio Britânica de São Paulo, British Council e Georgia State University, além do embaixador britânico Alan Charlton e o secretário de Educação Herman Jacobus Cornelius. O encontro discutiu como diferentes organizações públicas e privadas lidam com os desafios e soluções inerentes à crescente necessidade do inglês para profissionais no Brasil, Índia e China.

A pesquisa da TIRF foi realizada pelos professores Anthony Fitzpatrick (coordenador de quatro projetos European Centre for Modern Languages in Graz, na Áustria) e Robert O'Dowd (Universidade de León, na Espanha). Eles investigaram mais de cem livros, artigos e relatórios recentes e dados de 20 estudos de casos de ensino de inglês para profissionais de 10 países – Brasil, Abu Dhabi, Alemanha, Austrália, Bulgária, China, Estados Unidos, Japão, Líbano, Suíça.

Há anos o inglês é considerado língua franca mundial, tendo assumido papel essencial na vida econômica não só pela globalização e o surgimento de tecnologias de comunicação on-line. Outros fatores contribuíram para essa condição como a interdependência das economias ao redor do mundo, a terceirização internacional dos serviços de manufatura, o aumento da dependência da mão-de-obra imigrante, a colaboração internacional de vários países para o desenvolvimento de um produto e a colaboração e o intercâmbio online.

Inicialmente, a dupla identificou três tendências sobre o papel do inglês na mão-de-obra do século 21. A primeira denota que o inglês é visto pelas empresas nacionais como a chave para o acesso ao mercado internacional. No caso das multinacionais, é utilizado também para o contato entre funcionários de nacionalidades diferentes. A segunda tendência é o ensino de inglês para trabalhadores imigrantes em países onde o inglês é língua oficial, como os Estados Unidos. Um relatório informa que neste país mais de 5% dos trabalhadores não falam bem inglês ou simplesmente não falam inglês.

A última tendência mostra que os novos trabalhadores diplomados precisam desenvolver as "habilidades do século 21" tanto em suas línguas maternas como em inglês, a saber: capacidade de resolver problemas, se comunicar e colaborar com os outros, trabalhar em equipe, usar tecnologias online, ter análise crítica.

A pesquisa chegou ainda a algumas conclusões interessantes, entre elas, a crescente especificação e personalização no ensino de inglês. Num treinamento para executivos japoneses, a coordenadora Anne Delaney criou materiais customizados baseados em e-mails, relatórios e apresentações dos participantes. Num curso para profissionais de saúde, a Cultura Inglesa de São Paulo usou um material didático de principais e vários recursos de mídias diferentes: série popular de televisão sobre a vida de um hospital, portais do sistema de saúde pública de países de língua inglesa, revistas especializadas em enfermagem e bulário on-line.

Hoje as ferramentas on-line não são vistas como complementares aos cursos, mas como importantes recursos pedagógicos. Num curso para profissionais do setor de não proliferação de armas nucleares, nos Estados Unidos, os alunos coletam informações em blogs especializados no assunto. Já no programa de ensino para diplomatas, também nos Estados Unidos, os alunos usam o Skype para simular contatos telefônicos e ganhar confiança.

Em todos os estudos de casos, a conscientização dos alunos sobre as diferenças culturais e o papel da cultura na comunicação está muito presente. O professor Sky Lantz-Wagner, do curso para alunos de Administração na Tongren University, na China, fala sobre o "entendimento das diferenças culturais no mundo dos negócios, nos Estados Unidos e na China".  O curso para imigrantes que trabalham em comunidades de residentes sêniores, nos Estados Unidos, ressalta "o conhecimento das diferenças culturais e das expectativas do comportamento no local de trabalho na cultura americana, com ênfase à comunicação com idosos".

A elaboração de projetos de ensino e o uso de materiais do mundo real também são muito citados nos casos relatados. No curso na Tongren University, os alunos de Administração criam anúncios publicitários para um produto e apresentam para a classe. O curso para dentistas japoneses inclui a participação deles em um congresso de Odontologia, na Califórnia.

Alguns cursos de inglês para trabalhadores ensinam não só o idioma, mas conteúdo de formação profissional. No curso oferecido para imigrantes recém-chegados à Austrália, os alunos têm em 10 semanas cursos que dão em inglesa orientação profissional e treinamento em uma série de ocupações.

Desenvolver no aluno sua independência linguística é outra preocupação dos cursos.  Na Alemanha, o curso para membros da OTAN sobre a terminologia militar em inglês, principalmente a utilizada em rádio comunicação, estimula os alunos a usarem roteiros de estudo para progredirem após o curso. Esses roteiros incluem tarefas como um grupo preparar uma lista de vocabulário para seus colegas.

O apoio das gerências e diretorias é muito apreciado pelos alunos dos cursos in company. O programa de ensino para trabalhadores imigrantes em comunidades de residentes sêniores convidou gerentes e pessoal de Recursos Humanos para tecer seus comentários sobre o programa. O autor deste relato David Kertzner explica que a mensagem recebida pelos alunos foi que o programa "é importante, não para apenas para "vocês", mas para toda a comunidade – "nós" estamos vendo a melhora".

FONTE: Convergência Digital - http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=31099&sid=46

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